Fala-se muito sobre o ego. Como ele é responsável por nossos sentimentos, ações, interpretações, ou seja, por nossa personalidade. Mas você já parou para pensar, de onde vem o ego? Como ele é construído? A verdade é que nossa personalidade é feita por três componentes, e não somos somente o nosso ego. A personalidade, segundo Freud, é formada pelo id, ego e superego.
O id, é a instância inconsciente e é responsável por nossos desejos mais instintivos. É o princípio do prazer, pois preza a satisfação imediata, as emoções são incontroláveis, ações são impulsionadas sem pensar em consequências. Para o id, não há regras e limites. Podemos dizer que o id é a nossa criança mimada correndo atrás de aventuras e satisfação a qualquer custo.
O ego nasce do id e se forma diante das exigências da realidade daquela pessoa. É o princípio da realidade e funciona como um filtro, dos desejos do id, do que é aceito socialmente. Mas esse julgamento e escolhas de conduta não é tão explícito pois nosso id age de forma inconsciente, mas existe sempre aquela vozinha em nossa cabeça nos inclinando para pensamentos e ações inapropriadas diante da realidade.
O papel do ego não acaba filtrando os desejos de nosso id, ainda há o superego para moderar. O superego nasce por último e é o resultado nossa consciência moral, familiar e social que julga a nossa performance diante da sociedade. É o componente mais rígido e age sob as escolhas do ego, nos questionando, reprimindo, e punindo. É responsável por nosso sentimento de orgulho e culpa, pois preza a conduta considerada a correta pela sociedade.
O ego acaba sendo o produto final de nossa conduta, pois é o resultado do julgamento do que é apropriado no equilíbrio entre id e superego. Por conta da dificuldade de conciliar estes conflitos, muitas vezes, o ego acaba tornando-se um fraco componente de nossa personalidade e prejudicando nossa confiança em tomar decisões, nossa autoestima e o conhecimento sobre nós mesmos.
Fazendo uma analogia, o papel do ego é de mediador de conflitos entre a criança birrenta que deseja tudo a qualquer custo e o superego, o pai castrador que busca dar limites, impõe as regras com o objetivo de se viver em sociedade. Uma situação muito comum que podemos exemplificar também, é a escolha entre um doce, que nos trará satisfação imediata, e uma fruta não tão saborosa que não trará satisfação naquele momento, porém é nutritiva para a saúde.
A análise ajuda a organizar estes sentimentos emaranhados entre id, ego e superego. Possibilita entender os desejos e as repressões sofridas, que são desejos e sentimentos inconscientes, além de ter como objetivo tornar o ego mais forte e confiante sobre sua personalidade e tomadas de decisões.