“Ninguém é dono de ninguém” é uma frase bastante falada. Porém, na prática, a frase não é levada tão a sério. Quem nunca sentiu ciúme? Aquele sentimento do medo de “perder” alguém para outra pessoa, de ser traído, trocado, medo de não ser mais tão importante e não ter mais atenção exclusiva de quem amamos. É muito provável (quase certeza) que todos já sentiram, sentem ou sentirão ciúme em algum momento da vida. Estas pessoas também provavelmente pronunciarão, alguma vez na vida, a tal frase do começo deste parágrafo.

A ideia de compartilhar algo ou alguém, pode não ser encarada muito bem por pessoas de todas as idades. Seja na hora de emprestar o brinquedo favorito, na hora de dividir a atenção dos pais com o irmão, ao observar o seu melhor amigo em uma conversa bem animada com outra pessoa, e principalmente, no sentido em que o ciúme é mais atribuído: no medo da perda da exclusividade de um parceiro amoroso.

O ciúme é um sentimento complexo e tem suas nuances de gravidade. É preciso prestar atenção se esse sentimento provoca transtornos como reações de pensamentos paranoicos, egoístas, distorções de realidades e obsessões, gerados pelo sentimento de posse por outra pessoa. Esta necessidade de ter exclusividade em atenção e afeto, pode dizer muito sobre as ausências dentro de si mesmo. São uma série de fatores que determinam as carências internas e podem estar relacionadas com o afeto que lhe foi dado na infância, na relação com os pais e familiares e em seu próprio desenvolvimento pessoal até então.

Se o ciúme faz você sofrer, atrapalhar suas relações e sua vida de forma geral, a procura de um profissional da área psi é essencial. Deverão ser resgatadas as repressōes inconscientes e trabalhados todos os sentimentos que inibem o fortalecimento da autoestima e do amor próprio. A falta de amor próprio permite lugar para sentimentos possessivos a fim de suprir toda a carência acumulada durante uma vida. Sim, a resposta sempre será o amor, o verdadeiro. Bem diferente daquele amor, injustamente atribuído para justificar o ciúme possessivo.